Universidade de Verão marca rentrée política social democrata


A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou hoje o Governo de ter "uma máquina de comunicação e de acção pouco democrática" e de procurar controlar os cargos públicos, deixando o Estado "muito vulnerável à corrupção".

No seu discurso na "rentrée" política do PSD, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Portalegre, Ferreira Leite considerou que "Portugal está longe de beneficiar da democracia na sua plenitude" e propôs-se contribuir para a sua consolidação e "libertar o país e as instituições do sectarismo partidário".

A presidente do PSD começou por dizer que "o Governo gasta imensa energia e recursos a tratar da comunicação e imagem". "O objectivo é enganar-nos", acrescentou.

"Este clima de mistificação só tem sido possível porque está apoiado por uma máquina de comunicação e de acção pouco democrática", concluiu.

Segundo a presidente do PSD, "são cada vez mais abafadas as vozes dos que sabem que isto não vai bem, mas que não podem falar muito alto porque há uma impressionante máquina socialista que controla, que persegue, que corta apoios, que gere favores ou simplesmente que demite".

"Na Administração Pública, na vida económica, no associativismo, nos mais variados sectores podemos recolher testemunhos e exemplos deum clima antidemocrático, pouco saudável", reforçou.

De acordo com Manuela Ferreira Leite, a reforma da Administração Pública "serviu para adaptar a máquina aos interesses do PS, completando silenciosamente uma operação em grande escala do controlo político dos cargos da Administração Pública".

"Sem uma nova cultura de responsabilidade, mérito e isenção", salientou, "o Estado é muito vulnerável à corrupção, ao tráfico de influências e ao enriquecimento ilícito".

JUV Universidade de Verão 2008

Jantar Conferência com o Dr. Pacheco Pereira

O convidado para o último jantar conferência da Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro foi José Pacheco Pereira.

O conferencista proferiu uma intervenção sobre aquelas que considerou serem as cinco questões-chave sobre as quais um jovem social-democrata deve reflectir.

1. “O partido responde as desafios de hoje?” Para Pacheco Pereira o PSD não está adaptado à sociedade actual, uma vez que as “relações de militância” continuam a sobrepor-se à “relação com a sociedade”;

2. “O que podemos fazer contra a corrupção?” Esta foi uma matéria sobre a qual incidiu grande parte da intervenção de Pacheco Pereira, que considera que com a justificação do “interesse nacional”, o Governo “está a arrastar os negócios com grandes grupos económicos para dentro dos gabinetes ministeriais”, retirando-os do escrutínio público, algo “que pode criar um risco e um terreno para a corrupção”;

3. “Como responder aos desafios da vida na cidade?” A política das cidades deve ser pensada de forma diferente, com uma visão que vá para lá das áreas territoriais como as temos estado a tratar, e que não podem ser resolvidas pelas autarquias, de forma isolada. Devem antes ser abordadas de forma transversal, por grandes áreas interdisciplinares;

4. “Como estão a evoluir as nossas liberdades individuais?”. Pacheco Pereira considera que com o argumento da eficácia, da facilidade estamos cada vez mais controlados por sistemas electrónicos e de vídeovigilância. “Desde que entramos no automóvel e pagamos a portagem e o parque de estacionamento com meios electrónicos, é possível vermos todos os movimentos controlados. Pacheco Pereira criticou a colocação de chips nas matrículas dos automóveis”, denunciando que essa é mais uma medida que nós vamos permitindo em nome da facilidade, mas “que isso facilita tudo menos a nossa liberdade e identidade”;

5. “Qual a posição relativamente à política externa e defesa?” O último conferencista de 2008 da Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro considera que a situação internacional está a agravar-se rapidamente e que assistimos a um declínio da única potência armada da democracia, os Estados Unidos e que “a Europa não conta militarmente no cenário internacional, pois não tem exército”.

No período destinado às questões dos alunos, Pacheco Pereira respondeu a questões como o enquadramento ideológico do PSD na sua história, a propaganda do governo nos meios de comunicação, o balanço do Governo do Partido Socialista, o papel dos grupos de reflexão dentro do partido.

Assembleia (exercício de simulação)


O sexto dia foi também o dia da simulação da Assembleia, um ponto alto das Universidades de Verão, para o qual os alunos se preparam durante toda a semana.

Os cem alunos da UV2008 realizaram um exercício prático de Simulação de uma Assembleia, onde todos apresentaram e defenderam as suas propostas, em cenários de Governo e de Oposição.

Os temas debatidos pelos alunos passaram por propostas para reduzir a sinistralidade rodoviária, combate ao desemprego, medidas para facilitar o acesso aos serviços de saúde, financiamento do ensino superior, promoção da regionalização, redução da dependência energética, abuso de subsídios e apoios públicos, reforçar a segurança, perda de mandato e inelegibilidade, e diminuição do insucesso e abandono escolar.

Após o debate de cada tema, Agostinho Branquinho, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD e Carlos Coelho, deputado ao Parlamento Europeu e director da Universidade de Verão, comentaram o desempenho dos participantes no debate.

Prof. Doutor Miguel Maduro - "As Fronteiras do Direito: Direito, Direitos e Questões moralmente controversas"

A Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro aproxima-se do fim. O penúltimo dia da Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro foi preenchido pela aula de Miguel Poiares Maduro, pela simulação de Assembleia, que teve comentários dos deputados Agostinho Branquinho e Carlos Coelho e pelo jantar-conferência com José Pacheco Pereira.

O tema da manhã, que teve como orador Miguel Poiares Maduro, advogado geral do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias, foi dedicado ao tema “As Fronteiras do Direito: Direito, Direitos e Questões moralmente controversas".

A aula de Miguel Poiares Maduro assentou num conceito de interacção desde o primeiro minuto. Os alunos interpelaram o especialista com dez casos práticos, para que este se pronunciasse sobre cada um dos casos apresentados. Após a resposta dada por Miguel Maduro a cada um dos casos, um outro grupo colocava questões em tom crítico ou a solicitar esclarecimentos adicionais.

Os temas previamente estudados pelos alunos e sobre os quais incidiram as questões e “provocações” feitas ao professor, foram tão diversos e controversos como a inviolabilidade da vida humana e a pena de morte, limitação de mandatos electivos, referendos, segurança enquanto monopólio do Estado, eutanásia, dignidade da pessoa humana, voto obrigatório, prática de tortura, liberalização das drogas, e adopção por casais do mesmo sexo.

Os alunos da Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro tiveram assim a oportunidade de conhecer a aprofundada fundamentação jurídica que sustenta as respostas que a lei fornece.

Programa dia 6

10h00
.: Prof. Doutor Miguel Maduro - "As Fronteiras do Direito: Direito, Direitos e Questões moralmente controversas"

13h00
.: Almoço

14h30
.: Assembleia (exercício de simulação)

20h00
.: Jantar Conferência com o Dr. Pacheco Pereira

Quinto dia Universidade de Verão 2008

Jantar Conferência com Dr. Arlindo Cunha


O conferencista do quinto dia da Universidade Francisco Sá Carneiro foi Arlindo Cunha.

Como é tradição da Universidade de Verão, o director Carlos Coelho lançou a pergunta que introduziu a conferência.

Carlos Coelho questionou Arlindo Cunha sobre a escalada do preço dos bens alimentares, adiantando que “a cada ano temos que ter recursos para alimentar mais 28 milhões de habitantes. Cerca de um terço da população mundial sobrevive com menos de um euro e sessenta cêntimos por dia”.

Uma enorme parte destas populações tem que comprar a sua alimentação e por isso, “há locais onde a subida de preços é a diferença entre viver e morrer”, disse.

Feita a introdução à conferência, Carlos Coelho solicitou que Arlindo Cunha transmitisse o seu pensamento sobre a política agrícola seguida pelo governo socialista.

O antigo ministro, que presidia o Conselho de Ministros de Agricultura da UE que aprovou a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) em 1992, começou por apresentar um enquadramento da “crise altista dos preços nos mercados agroalimentares mundiais”.

O antigo deputado europeu do PSD responsável pela área da agricultura explicou que o ciclo contínuo de descida dos preços nos últimos trinta anos foi abruptamente interrompido pelo fenómeno a que chamou sismo dos mercados de 2007 e 2008. Num curtíssimo espaço de tempo, os preços de bens essenciais subiram entre 25 e 50%, “matéria que de modo algum devemos deixar de considerar grave”, por acarretar consequências sociais graves nas famílias de mais baixos rendimentos.

Sobre a crise propriamente dita, esta deveu-se a diversos factores conjunturais e estruturais como o “aumento da procura nas economias emergentes, maus anos agrícolas em alguns países, especulação financeira nos mercados com produtos financeiros commodity based, o desvio da produção para biocombustíveis e o aumento dos custos dos combustíveis, com efeitos efeitos nos transportes, energia e produção pecuária”.

Prof. Armando Marques Guedes e Gen. Garcia Leandro - "Obama versus McCain"


Durante a tarde, Garcia Leandro e Armando Marques Guedes debateram-se num frente-a-frente, na defesa dos seus candidatos à Casa Branca. Os alunos da Universidade de Verão não são indiferentes à actual realidade política internacional e por isso a UV2008 consagrou um espaço de debate dedicado às eleições presidenciais nos Estados Unidos da América.

Os brilhantes intervenientes debateram-se afincadamente pelas ideias e candidaturas que defendiam: Garcia Leandro, por John McCain e Armando Marques Guedes por Barack Obama.

As perguntas colocadas pelos alunos após o debate, incidiram sobre o posicionamento dos candidatos relativamente a questões como a segurança e política externa, relacionamento EUA-UE, sistema de saúde, educação, médio oriente, energia e armamento nuclear.

Dra. Isabel Mota - "Políticas socias: Respostas urgentes e sustentadas"


Ao 5.º dia da Universidade de Verão, os alunos tiveram Isabel Mota a dar uma aula sobre “Políticas sociais: respostas urgentes e sustentadas”. Durante a tarde assistiram a um aceso debate entre o Gen. Garcia Leandro e o Prof. Armando Marques Guedes, a propósito das eleições presidenciais nos Estados Unidos da América. O convidado para o jantar-conferência foi Arlindo Cunha.

Isabel Mota iniciou a sessão da manhã começando por apresentar o retrato das políticas sociais em Portugal, para depois explanar o seu ponto de vista sobre o desenvolvimento de Portugal num contexto de coesão social e implementação Políticas Públicas.

A oradora do tema da manhã começou por diagnosticar as questões demográficas mais determinantes para o País, do ponto de vista social, como o envelhecimento da população, a integração dos imigrantes e a reabsorção do desemprego estrutural. Estes são, para Isabel Mota, os grandes desafios em termos das políticas sociais para os próximos anos. “O futuro do nosso Estado Social depende do nosso crescimento económico.

Não pode haver mais estado social sem crescimento económico. É demagógico dizer que o país tem uma política social boa, se não existe crescimento económico”, afirmou.

Isabel Mota alertou os alunos da Universidade de Verão para a situação portuguesa, que considera preocupante, dado que dezoito porcento da população encontra-se em risco de pobreza e que vinte e seis porcento da população em risco de pobreza é idosa – faixa em que as oportunidades são obviamente menos.

Programa dia 5

10h00
.: Dra. Isabel Mota - "Políticas socias: Respostas urgentes e sustentadas"

13h00
.: Almoço

14h30
.: Prof. Armando Marques Guedes e Gen. Garcia Leandro - "Obama versus McCain"

17h30
.: Trabalhos de Grupo

20h00
.: Jantar Conferência com Dr. Arlindo Cunha

Quarto dia Universidade de Verão 2008

Jantar Conferência com Dr. Alexandre Relvas


Alexandre Relvas regressou à Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro para o jantar conferência de quinta-feira.

Na qualidade de empresário de sucesso, o CEO e accionista da Logoplaste, explicou aos alunos o longo caminho para o sucesso que a Logoplaste percorreu, sendo hoje uma empresa liderante no mercado internacional.

Alexandre Relvas começou por transmitir aos alunos que a sua consciência cívica leva-o a participar em diversas palestras em que a juventude está presente, como são as universidades, associações e como é também o caso da UV2008.

Alexandre Relvas reforçou a urgência de uma intervenção social no país, sendo a igualdade de oportunidades o desígnio a alcançar. O CEO e accionista da Logoplaste mostrou-se muito sensível às situações de "pobreza infantil, do gritante abandono e insucesso escolares, do acesso ao primeiro emprego, e da igualdade de oportunidades entre gerações". Alexandre Relvas entende que é necessário que a sociedade construa um novo contrato geracional que garanta uma igualdade de oportunidades entre gerações, para que as novas gerações recebam o país, pelo menos, nas condições em que os mais velhos o encontraram.

Alexandre Relvas, explicando o sucesso da Logoplaste, transmitiu esperança e coragem de empreender, demonstrando, através do caso prático da sua empresa, que é possível vencer em Portugal e a nível internacional, apesar das diversas condicionantes do país e da economia nacional.

Alexandre Relvas apresentou a estratégia empresarial da Logoplaste, bem como o desenvolvimento e internacionalização da mesma, que "produzindo embalagens de plástico, fá-lo obedecendo às regras da política europeia de reciclagem" e de acordo com a responsabilidade ambiental da empresa.

O relato da missão e actividade de uma empresa que aposta na inovação e na competitividade, que tem hoje cinquenta unidades de produção em diversos pontos do globo e que mantém um crescimento médio anual de 18%, desde 1992, deixou os jovens profundamente motivados.

O projecto de responsabilidade social CADIN, desenvolvido "pelas mil e trezentas pessoas da Logoplaste" em conjunto com outras empresas, fez soar os aplausos por parte dos cem jovens da UV2008.

Visita Guiada a Castelo de Vide

José Eduardo Martins “Ambiente e Energia: O que temos de decidir já.”


O quarto dia da Universidade de Verão Francisco Sá Carneira foi marcado pelas intervenções de José Eduardo Martins, sobre ambiente e energia, e Alexandre Relvas, convidado para o jantar-conferência. Durante a tarde, os alunos fizeram um exercício de simulação de conferência de imprensa e tiveram ainda oportunidade de visitar a vila de Castelo de Vide, que acolhe a UV2008
José Eduardo Martins apresentou, no painel da manhã, uma aula subordinada ao tema “Ambiente e Energia: O que temos de decidir já.”

O Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD e membro da Comissão Política Nacional deu início à sua exposição afirmando que “a primeira reflexão de uma politica de ambiente para o começo do terceiro milénio é uma análise da nossa capacidade de percepção colectiva e da determinação para mudar de atitude perante a utilização dos recursos naturais e a conservação do património ambiental do Planeta”.

O orador enquadrou a evolução do acervo comunitário, onde a União Europeia é o bloco económico liderante na resposta aos desafios ambientais. Relativamente à evolução legislativa nacional, dando o exemplo da Lei de Bases do Ambiente, que aprovada pelo PSD em 1987, consagra com uma actualidade inquestionável, os princípios e instrumentos da Precaução e Prevenção, do Controlo Integrado da Poluição e da Responsabilidade Partilhada.

Mas, precisa de acentuar a dimensão económica da política ambiental para responder à crescente escassez de recursos ambientais potenciada pela globalização dos mercados.

Para potenciar um espaço de elevada qualidade ambiental e paisagística, percursor e matéria-prima para os sectores de actividade e serviços que dele dependem, é preciso uma politica de ambiente alicerçada em várias linhas de força para uma nova política de ambiente, onde se destaca a preservação da biodiversidade, uma nova cidadania ambiental ou assumir o desempenho ambiental como base de sustentabilidade e competitividade das empresas.

Programa dia 4

10h00
.: Dep. José Eduardo Martins - "Ambiente e Energia: O que temos de decidir já!"

13h00
.: Almoço

14h30
.: Assembleia Extraordinária

17h30
.: Visita Guiada a Castelo de Vide

20h00
.: Jantar Conferência com Dr. Alexandre Relvas

Terceiro dia Universidade de Verão 2008

Jantar Conferência com Dr. Pedro Passos Coelho


Pedro Passos Coelho, economista, Conselheiro Nacional do PSD e antigo Presidente da JSD, foi o conferencista no jantar do terceiro dia da Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro.

Carlos Coelho, director da UV2008 lançou a primeira questão a Pedro Passos Coelho, sobre quais as grandes diferenças e as grandes demarcações que o Partido Social Democrata deve assumir face ao Partido Socialista.

O orador respondeu à questão colocada por Carlos Coelho, começando por relembrar um pouco da história do PSD, uma vez que os “partidos são hoje um pouco aquilo que foram fazendo”. O PSD foi o partido que “mais lutou por um regime civil”, enquanto "o PS demorou muito tempo a encontrar o caminho para a economia de mercado e para a democracia liberal (…) Foi o PSD que trilhou esse caminho, trazendo consigo o PS". Pedro Passos Coelho lembrou também o papel do PSD no respeito pela sociedade civil e alertámos para os perigos da colectivização.

Na opinião do orador, o país que temos hoje é em muito, o “reflexo da acção e pensamento socialista” que desde 1995 Governou durante nove anos.

“José Sócrates tem sido uma espécie de Blair e de terceira via à portuguesa, mas esse modelo está a esgotar-se, não apenas em Portugal, e a provar que não consegue reformar o Estado”, afirmou.

Respondendo à questão colocada pelo director da UV, Pedro Passos Coelho acusou o Partido Socialista de ter conduzido a justiça em Portugal a uma “manta de retalhos sem sentido” e de ter aprovado uma "Lei de Segurança interna que só levará ao agravamento da actual situação".

Passos Coelho acusou o Partido Socialista de governamentalizar a segurança interna, numa “confusão intolerável das funções do Estado. “É uma situação que pode atirar-nos para a perversão democrática”, afirmou. Para Pedro Passos Coelho é fundamental restaurar as funções nucleares do Estado como são a “Justiça e a Segurança Interna”.

Dr. António Vitorino “A Europa no Mundo”


O painel da tarde teve como orador António Vitorino, destacado militante do Partido Socialista, ex-ministro da Presidência e da Defesa Nacional e ex-comissário europeu, actualmente a exercer funções no sector privado.

Tal como António Vitorino declarou à comunicação à entrada para a sessão, esta é uma participação que “demonstra o espírito de abertura democrática dos organizadores da Universidade de Verão”. O director da Universidade de Verão, Carlos Coelho, referiu no início da semana que o “debate de ideias não deve ter fronteiras”, sobretudo numa iniciativa que reúne uma selecção nacional de jovens de todo o país que procuram formação política.

Num registo franco e sempre bem-disposto, António Vitorino deu aos alunos uma aula sobra a “Europa no Mundo”. António Vitorino iniciou a sua exposição afirmando que “o mundo reclama um protagonismo acrescido da Europa”, mas que essa expectativa não significa que o Mundo fique à espera da Europa. “A natureza tem horror ao vazio”, podendo outros ocupar um espaço que a Europa tem como seu.

Na opinião do orador, existem três “building blocks da União Europeia: o protagonismo económico; a diplomacia e regulação dos conflitos; e as questões de segurança e defesa.”

O nível económico é aquele onde os resultados são hoje mais evidentes, como o Euro e própria afirmação como maior mercado interno do mundo. Neste capítulo, a União Europeia é um player muito influente em matérias como o comércio internacional e sistema monetário global ou em matérias como as alterações climáticas.

O orador destacou ainda o papel que a União Europeia tem desempenhado no plano da globalização, assinalando porém as diferentes reacções que se verificam entre os países do norte e do sul da Europa, face ao fenómeno. Se por um lado, os países anglo-saxónicos olham para a globalização como uma oportunidade, os países do sul encaram-no como uma ameaça, desejando mesmo que a União Europeia sirva “para proteger os Estados-Membros dos malefícios da globalização”. Em qualquer das situações, os jovens olham para a globalização mais como uma oportunidade do que como uma ameaça. A opinião de António Vitorino é que a Europa deve ser um player também na questão da globalização.

Sobre a política externa e de segurança da União Europeia, o orador recordou a frase de Henry Kissinger, que dizia não saber “qual o número de telefone da Europa”, numa situação de crise.

António Vitorino rejeita a “comunitarização” como resposta clássica da voz única na política externa e de segurança, exemplificando com a composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas, considerando que “não é credível que os países europeus que aí têm assento, abdiquem para que a União fale a uma só voz”.

Seguiu-se o tradicional momento de perguntas livres por parte dos alunos. António Vitorino devolveu respostas francas e, em certos momentos, com uma dose de bom-humor.

Dep. Carlos Coelho e Dr. Rodrigo Moita de Deus “Falar Claro”


Ao terceiro dia da UV2008 os cem jovens tiveram como professores Carlos Coelho, Rodrigo Moita de Deus, António Vitorino e Pedro Passos Coelho.

No painel “Falar Claro”, Carlos Coelho e Rodrigo Moita de Deus deram uma aula repleta de conselhos sobre como comunicar em política, nos diferentes patamares de intervenção. Foi uma aula que prendeu a atenção dos alunos da Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro, que receberam formação em comunicação política.

Carlos Coelho começou por afirmar que “fazer política é comunicar”. A sessão da manhã foi marcada pela interactividade e pela variedade de suportes e meios. Casos práticos, filmes e animações sobre o que deve ou não ser evitado na transmissão das ideias ou na apresentação de uma comunicação fizeram parte do tema da manhã.

Rodrigo Moita de Deus, escritor, blogger e profissional de comunicação, deixou conselhos úteis para a relação com a comunicação social, tendo respondido, de forma assertiva às pertinentes questões que foram sendo colocadas pelos alunos.

Carlos Coelho e Rodrigo Moita de Deus transmitiram os seus conhecimentos e experiência acumulada numa aula muito dinâmica em várias intervenções interpoladas.

Durante o período reservado às questões, foi notório que os alunos tentaram colocar prática alguns dos conhecimentos que tinham acabado de aprender. Em consequência, foi evidente o cuidado em certos aspectos da apresentação das perguntas.

Programa dia 3

10h00
.: Dep. Carlos Coelho e Dr. Rodrigo Moita de Deus – “Falar Claro”

13h00
.: Almoço

14h30
.: Dr. António Vitorino – “A Europa no Mundo”

17h30
.: Trabalhos de Grupo

20h00
.: Jantar Conferência com Dr. Pedro Passos Coelho

Segundo dia Universidade de Verão 2008

Jantar conferência com Leonor Beleza


O segundo dia da Universidade de Verão teve Leonor Beleza, Presidente da Fundação Champalimaud, como convidada para o jantar conferência.

Os alunos da Universidade de Verão brindaram à sua distinta convidada e o Director da UV2008, Carlos Coelho, lançou a conferência instando Leonor Beleza a transmitir aos jovens o seu ponto de vista sobre o afastamento dos cidadãos da actividade política, questionando a conferencista sobre qual o papel que um partido moderno deve desempenhar para que os concidadãos se sintam mais próximos da política.

Leonor Beleza confessou que embora afastada da actividade política, continua a ser uma “laranjinha convicta, a sofrer, e também a ter alegrias pelo PSD.

A oradora dissertou sobre o tema proposto e explicou detalhadamente a evolução da participação política dos portugueses desde 1974. Apesar de existir um alheamento de muitos portugueses face à vida política, a ex-presidente do Instituto Sá Carneiro classificou como positivos os sinais que chegam dos Estados Unidos da América, onde é evidente a reaproximação de muitas pessoas à política.

Leonor Beleza usou o tempo da sua intervenção para introduzir as questões sociais no debate. “Entendo que é importante levar a temática que foi despoletada pela Dra. Manuela Ferreira Leite para as diversas estruturas do PSD e da JSD”. Desde a fundação do partido, há causas que estão acima do PSD, e esta é uma das causas em que todos nos devemos envolver”. A oradora realçou que “existem muitas questões que todos exigimos e atribuímos à Administração”, mas que existem muitas formas de chamar à sociedade algumas responsabilidades”.

Numa intervenção multidisciplinar, Leonor Beleza disse esperar dos jovens do PSD não só a renovação geracional do partido, mas também do ponto de vista ideológico, “num tempo em que o Estado não pode resolver todas as problemáticas que se colocam à sociedade”.

Um assunto incontornável da conferência foi a participação das mulheres na política. A ex-ministra considerou “uma vergonha” que o Governo português só tenha duas ministras na sua composição.
Sobre a Lei da Paridade, Leonor Beleza admite que “não é o sistema que as mulheres desejam”, mas considerou que se esse é um ponto de partida, então deve ser aceite.

Sobre o acesso aos serviços de saúde, Leonor Beleza afirmou que, face ao conhecimento disponível, existe hoje uma diferença real na forma como um cidadão com capacidade financeira pode sobreviver, e como um cidadão que não tenha as mesmas possibilidades, pode não conseguir sobreviver.

Leonor Beleza deu ainda a conhecer aos alunos a missão que abraça como presidente da Fundação Champalimaud. O objectivo primordial da fundação é fazer investigação de excelência em Portugal, criando condições para que os melhores cientistas portugueses e estrangeiros possam investigar na área da saúde, colocando as novas descobertas ao serviço daqueles que mais precisam. “Na ciência não existem fronteiras”, disse.

Tiago Pitta e Cunha “Mar: Um MAR de oportunidades”


No painel da tarde, a aula foi leccionada por Tiago Pitta e Cunha, membro do gabinete do Comissário Europeu para os Assuntos Marítimos e as Pescas e responsável pela nova Política Marítima Integrada da U.E, foi subordinada ao tema “Mar: Um MAR de oportunidades”.

O especialista em assuntos marítimos sensibilizou os alunos para as oportunidades que a geografia oferece a Portugal, concretamente devido à dimensão da Zona Económica Exclusiva do nosso país, que é cerca de dezoito vezes a área continental.

Tiago Pitta e Cunha lamentou que atendendo aos “défices estruturais muito difíceis de ultrapassar”, o país não tenha uma estratégia adequada para o mar, apesar de ser essa “a nossa maior riqueza”.
O orador do painel da tarde cativou a atenção dos alunos, chamando-os para uma “viagem por um país que se chama Portugal mas que aqueles que nele vivem não conhecem”.

Tiago Pitta e Cunha afirmou que “as características únicas que nos poderiam conferir uma diferenciação face a todos os outros países não são aproveitadas por Portugal.” O orador referiu que “Portugal foi durante muitos anos uma porta de acesso por mar”.

Contudo, com o reenquadramento estratégico do país, agora orientado para a Europa, pela EFTA e mais tarde pela CEE, o mar acabou por ser visto como “um obstáculo.”

O orador referiu os passos dados pelo Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, para que a Europa passe a estar dotada de uma estratégia marítima integrada, onde Portugal poderá ter um papel preponderante. Na sessão foi relembrada a insistência de Durão Barroso, enquanto Primeiro Ministro de Portugal, para que a Agência Europeia da Segurança Marítima se viesse a instalar em Lisboa, ambição que se concretizou.

Tiago Pitta e Cunha acredita que também “devido às novas tecnologias, à biodiversidade, às energias renováveis no mar, há cada vez mais uma corrida aos oceanos”. O orador defende que “Portugal não pode perder tempo e tem que entrar cedo nesta corrida.” De resto, considera que a geografia é um facto indesmentível para o nosso país e que, em coerência, a ideia do investimento no mar, será inevitável.

Depois da usual sessão de perguntas colocadas pelos alunos, Tiago Pitta e Cunha disse “raramente encontro uma plateia tão entusiasmada e com perguntas tão pertinentes como aquelas que colocaram. Estão de parabéns por isso.”

António Borges: Porque Precisamos de uma Nova Política Económica


O Vice-Presidente do PSD e – quem sabe – futuro Ministro da Economia, mostrou-se perfeitamente à altura da responsabilidade de abrir as “aulas” desta UV. O interesse demonstrado por todos os alunos e as questões colocadas deram oportunidade de aprofundar alguns temas, bem como abordar matérias específicas que o Prof. António Borges respondeu com o à vontade e sabedoria que o caracterizam.

Sem dúvida que a grande mensagem que nos deixou foi de que existe um Futuro para Portugal. É preciso acreditar nos jovens e António Borges falou mesmo da probabilidade de haver empreendedores e futuros empresários de sucesso entre a Selecção Nacional que é a UV 2008. É preciso apostar no Mérito, ser rigoroso mas competitivo, criterioso mas inovador!

E assim, a fasquia para as aulas seguintes fica elevada, como aliás é timbre das Universidades de Verão.

Programa dia 2

10h00
.: Prof. Doutor António Borges – “Economia portuguesa: Porque não crescemos?”

13h00
.: Almoço

14h30
.: Dr. TiagoPitta e Cunha – “Mar: Um Mar de oportunidades”

17:h30
.: Trabalhos de Grupo

20h00
.: Jantar Conferência com Dra. Leonor Beleza

Primeiro dia Universidade de Verão 2008

Jantar com António Ribeiro e Carlos Costa Neves


No primeiro jantar desta Universidade de Verão, tivemos o prazer da presença do Presidente de Câmara do Concelho que nos acolhe. A simpatia e carinho que António Manuel Ribeiro nutre pela UV e pelos sucessivos grupos de alunos que passam pelo seu concelho todos os anos são bem reflectidos nas palavras que sempre nos dirige. Este ano não foi excepção e o nosso anfitrião agradeceu mais uma vez a preferência, desejando a todos os alunos que aproveitem os ensinamentos da semana.

O Presidente do PSD Açores foi o outro orador convidado para este Jantar de Abertura. Carlos Costa Neves falou dos problemas que afligem uma Região Autónoma governada há 12 anos por socialistas chamando a atenção dos alunos para o facto de – lá como cá – o comportamento autoritário e arrogante dos governantes ser o mesmo. A Democracia não é um valor tão caro para os socialistas a avaliar por estes dois exemplos mas exemplos como Costa Neves são importantes para que os jovens alunos desta UV percebam e pratiquem este conceito fundamental durante a sua vida.

Sessão de Abertura


Ainda não era hora de almoço quando chegaram as primeiras alunas a Castelo de Vide. Parece que a lendária pontualidade que caracteriza a Universidade de Verão começa mesmo a fazer escola. Mas também é óbvio que a curiosidade e expectativa enchem a mente dos futuros alunos!

Na Sessão de Abertura, João Marques, aluno de 2007 e “caloiro” da Organização de 2008, transmitiu à classe deste ano a emoção que vão sentir ao longo da próxima semana. Deixou-lhes o repto “usem e abusem” para que possam tirar o máximo partido desta formação.

O Director da UV, Carlos Coelho começou também a explicar aos alunos algumas das regras que vão seguir durante todo o evento. A organização preocupa-se com todos os detalhes e tudo é explicado com pormenor para que os trabalhos decorram com responsabilidade mas também companheirismo e animação. O “Magnífico Reitor” deixou ainda algumas mensagens aos alunos para que estes não esqueçam que a política é mesmo feita para as pessoas.

Também o nosso Presidente, Pedro Rodrigues, interveio nesta Sessão de Abertura e referiu que a JSD aposta verdadeiramente na formação relembrando que para além da UV, o Partido e a Jota realizam ainda a Universidade do Poder Local e a Universidade Europa. A nossa Jota continua a ser um exemplo a seguir!

A intervenção final nesta sessão foi de Alexandre Relvas que preside ao Instituto Francisco Sá Carneiro, patrocinador da UV desde 2003. Foi um discurso mais virado para a realidade nacional, chamando a atenção para deficiências na organização e qualidade do nosso ensino. Assim, Alexandre Relvas exortou os alunos a “terem os melhores como referência”. E que bela oportunidade serão as aulas desta semana!

Programa dia 1

18h00
.: Sessão Formal de Abertura

20h00
.: Jantar com o Presidente C.M. Castelo de Vide Dr. António Ribeiro

.: Intervenção do Presidente do PSD Açores, Dr. Carlos Costa Neves “Melhor é possível e necessário”

23h30
.: Reunião com os cordenadores